28 Janeiro 2019

CUF e Pingo Doce lançam programa nacional de sensibilização sobre o consumo excessivo de sal no país

Iniciativa integra estudo científico inédito em Portugal que avaliará o impacto na saúde dos portugueses de um programa de reeducação alimentar de redução do consumo do sal.

Os portugueses consomem, em média, o dobro da quantidade de sal recomendada pela Organização Mundial de Saúde. Esta prática é já um problema de saúde pública no nosso país, uma vez que o consumo de sal em excesso está associado a várias doenças, nomeadamente à Hipertensão que afeta um terço da população nacional e que quando não controlada, pode levar a situações fatais como o AVC ou o enfarte do miocárdio.

 

Face à dimensão do problema, a CUF e o Pingo Doce, enquanto marcas portuguesas de referência nos seus setores e agentes económicos responsáveis que promovem uma cidadania empresarial ativa, estabeleceram uma parceria de intervenção nesta área. As duas empresas uniram esforços para a criação de um programa de sensibilização, a nível nacional, denominado “Menos Sal Portugal”, o qual tem a ambição de consciencializar os portugueses para a importância de melhorarem os seus hábitos alimentares em relação ao consumo de sal, salientando o impacto dessa mudança de comportamentos na sua saúde.

 

O programa “Menos Sal Portugal” inicia-se com a realização de um estudo científico inédito em Portugal, coordenado pelos investigadores Conceição Calhau, Professora da NOVA Medical School, Coordenadora da Unidade Universitária de Lifestyle Medicine da CUF e da NOVA Medical School e Investigadora do CINTESIS, e Jorge Polónia, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Professor Catedrático Convidado da Universidade de Aveiro, Investigador do CINTESIS, Médico Especialista em Medicina Interna e Hipertensão Arterial do Hospital CUF Porto, Membro da Direção da Sociedade Europeia da Hipertensão.  Esta é a primeira vez que em Portugal é feita uma avaliação e medição rigorosas à população sobre o consumo de sal, e suas consequências diretas na saúde, através de um estudo de intervenção onde serão também demonstrados os benefícios imediatos de uma mudança de hábitos alimentares na população.

 

 

A equipa de investigadores vai recrutar cerca de 500 voluntários entre os 20 e os 70 anos da área metropolitana de Lisboa. Durante três meses, entre março e maio, os participantes irão integrar um programa de educação alimentar que visa a redução do consumo do sal, sendo acompanhados e orientados por equipas especializadas. O estudo tem como objetivo avaliar o impacto destas alterações na saúde dos participantes e consequentemente na saúde do portugueses. Como explica a investigadora Conceição Calhau, “esperamos que a mudança no estilo de vida, sobretudo nos hábitos alimentares, tenha um impacto favorável na população em estudo e que as alterações observadas se traduzam em ganhos de saúde duradouros”.

 

A problemática do consumo de sal em Portugal e no Mundo

 

  • 2,3 Milhões é o número de mortes anuais a nível mundial provocadas pelo consumo de sal, devido a doenças cardiovasculares;


 

  • 2 Milhões é o número de hipertensos em Portugal, segundo o estudo PHYSA - Portuguese Hypertension and Salt Study - do qual o médico e investigador Jorge Polónia foi coordenador e primeiro autor em 2014 - sendo que apenas 50% destas pessoas sabem que sofrem da doença, apenas 25% estão medicadas e só 11% têm a tensão arterial controlada;


 

  • A Organização Mundial da Saúde recomenda o consumo máximo diário de 5g de sal para um adulto e de até 3g diárias para as crianças. No entanto, como explica Jorge Polónia, Médico Especialista em Medicina Interna e Hipertensão Arterial, “de acordo com o estudo PHYSA - Portuguese Hypertension and Salt Study, o consumo de sal na população portuguesa é de 10,7g, o que corresponde ao dobro do consumo máximo recomendado”.


 

  • O que contribui para um consumo elevado de sal? Conceição Calhau explica que “o sal adicionado no momento de confeção dos alimentos contribui em 29,2%, o pão e as tostas, 18,5%, a sopa, 8,2% e os produtos de charcutaria e carnes processadas têm um contributo de 6,9%.” Acrescentando que, do ponto de vista de preparação dos alimentos, existem alternativas mais saudáveis: “A utilização de ervas aromáticas permite a redução da quantidade de sal adicionada à refeição mas também, pela sua riqueza nutricional, em agentes antioxidantes e antiinflamatórios, acrescenta benefícios para a saúde.”.


 

  • O consumo elevado de sal em Portugal aumenta o risco de Hipertensão Arterial, um dos principais fatores modificáveis que condicionam o excesso de mortalidade por AVC no nosso país. Um consumo médio diário de sal inferior a 5g reduz em 23% a morte por AVC e em 17% a doença cardiovascular.


 

  • O estudo Global Burden of Disease (GBD) em 2016, revela que os hábitos alimentares inadequados dos portugueses são o segundo fator de risco que mais contribuiu para a mortalidade precoce.