Qual é o máximo de sal que se deveria ingerir por dia, sem comprometer a saúde?
Segundo a EFSA (a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos), para adultos, a quantidade diária de sal não deve ser superior a 5g por dia. Ingestões acima deste valor estão associadas a aumento de risco de doença cardiovascular na população adulta.
Quanto sal ingerem os portugueses?
Um estudo com recurso a uma metodologia robusta (urina de 24h) chegou a um valor de estimativa de ingestão de 10,7g/dia de sal, valor que é mais do dobro dos 5g/dia de sal, que é o máximo recomendado.
Qual é a maior fonte de ingestão de sal pelos portugueses?
Os dados do último Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física, apontam o pão, as tostas, os produtos de charcutaria e a sopa como os alimentos que mais contribuem para o consumo de sal pelos portugueses.
O sal é um problema maior nos alimentos processados?
Os alimentos processados e o sal de adicção à confecção são os maiores responsáveis pela ingestão de sódio na nossa alimentação. Por este motivo, é fundamental ler o rótulo alimentar para perceber que quantidade de sal determinado alimento processado possui.
O sal está disfarçado noutros ingredientes. Que outras designações esconde o sal?
Na declaração nutricional, o conteúdo de sal é uma menção obrigatória, e o valor terá de estar expresso em quantidade de sal. Na lista de ingredientes, podemos encontrar diferentes denominações para os compostos que contribuem para
o consumo de sódio, nomeadamente, sal, glutamato monossódico, guanilato dissódico e inosinato dissódico. Deste modo, e para fazer uma escolha informada sobre o produto alimentar que se vai adquirir, é fundamental consultar o rótulo alimentar, em particular a lista de ingredientes e a declaração nutricional.
Qual a importância das iniciativas nacionais para a educação alimentar?
Ao longo dos últimos anos tem havido diversas iniciativas no sentido de educar para uma correcta ingestão de sal, alertando para o facto de os portugueses terem, tendencialmente, uma ingestão bastante acima das recomendações. Algumas destas iniciativas foram a campanha "Juntos contra o sal", o Selo Pão "Menos sal, mesmo sabor", e o estudo “Menos Sal Portugal”. Mais ainda, o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), que estabeleceu várias metas referentes ao teor de sal para diferentes produtos para 2022, nomeadamente, pão, refeições e sopas prontas a consumir, pizzas, cereais de pequeno-almoço, batatas fritas e outros snacks e guarnições/acompanhamentos (restauração), existindo orientações e propostas de estratégias para este fim. Estas iniciativas são fundamentais uma vez que a elevada ingestão de sal foi a terceira causa para a perda de anos de vida saudável dos portugueses, quando se consideram os factores de risco alimentar e doença associada - de acordo com o Global Burden of Diseases, 2019.
Que conselhos daria aos portugueses para moderarem o consumo de sal?
De modo resumido: seguir um padrão alimentar mediterrânico, ler os rótulos, utilizar ervas aromáticas e especiarias, fazer um bom consumo de produtos de origem vegetal, reduzir o consumo de alimentos processados e conservados, reduzir o sal de adicção na confecção, em particular na sopa. A utilização de uma medida fixa que permita contabilizar e diminuir a adicção de sal na confecção de alimentos (exemplo: utilizar uma colher de café) também é uma estratégia que poderá ser utilizada.
A Dieta Mediterrânica é uma boa aliada nesta guerra contra o excesso de sal?
A Dieta Mediterrânica é uma excelente aliada na promoção de um padrão alimentar saudável, que pressupõe uma baixa ingestão de sal. Para além de privilegiar a utilização de ervas aromáticas e especiarias, que podem ser uma óptima estratégia para ajudar na redução da adição de sal, é um padrão alimentar que promove o consumo de alimentos de origem vegetal, nomeadamente fruta, hortícolas, leguminosas e frutos gordos. Estes alimentos são óptimas fontes de potássio. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma correcta ingestão de potássio proveniente dos alimentos permite uma redução da pressão arterial, e do risco de doença cardiovascular, acidente vascular cerebral e doença coronária em adultos.
Há diferenças entre os vários tipos de sal, ou são todos igualmente um ingrediente a moderar? Mesmo assim há tipos de sal mais interessantes?
No âmbito do projeto Menos Sal Portugal a equipa desenvolveu um artigo sobre este tópico que explica que estão disponíveis no mercado diversos tipos de sal que têm em comum a presença de sódio na sua composição, porém diferem na quantidade deste e de outros minerais, na textura e no sabor. Entre os vários tipos, o sal de cozinha é o mais comum, semelhante ao sal grosso no que confere à composição (sódio e cloro) e à quantidade de sódio (400mg). Ambos são relativamente pobres em nutrientes e diferem apenas no processamento inerente ao fabrico do sal de cozinha, na remoção das impurezas.
O sal marinho é mais caro que o sal de cozinha, pois não é tão processado e, por isso, preserva mais os sais minerais. Dependendo da região, pode apresentar diferentes texturas e cores. Outro tipo de sal comum é a flor de sal, dependente de condições atmosféricas específicas. É mais caro e possui 10% mais sódio que o sal refinado (450mg). O seu sabor é mais intenso e a textura mais crocante.
O sal do Himalaia, conhecido pela sua cor rosa característica, é proveniente, como o próprio nome diz, do Himalaia. Possui um teor mais baixo de sódio (230mg) e é rico em minerais como cálcio, magnésio, potássio, cobre e ferro.
O sal pode servir de veículo para atingir as necessidades de um micronutriente que está em défice na população portuguesa, o iodo. A Organização Mundial da Saúde recomenda o reforço do sal com iodo enquanto medida de baixo custo e elevada eficácia para combater as deficiências deste micronutriente. Assim, devemos reduzir as quantidades de sal ingerido e optar pelo sal iodado.
Que alternativas existem ao sal?
As alternativas passam por moldar o paladar de modo a tornar uma refeição com menor conteúdo de sal atractiva. O nosso paladar é moldável. É importante realçar que a preferência pelo sabor salgado não é inata e que o recém-nascido é indiferente ou insensível a este sabor. Por isso, moldar o paladar no sentido de apreciar uma alimentação mais saudável e natural é uma óptima estratégia de promoção de saúde a vários níveis. Isto passa por uma redução progressiva do teor de sal da alimentação, assim como por uma redução da ingestão de produtos processados com alto teor de sal. Para ajudar nesta modulação, a utilização de ervas aromáticas e especiarias é um forte aliado. Fazer marinadas e vinha-d’alhos também é uma boa opção. Habituar o paladar ao sabor natural dos alimentos ajuda a longo prazo a aceitar este sabor original, fazendo com que a ingestão de alimentos com elevado teor de sal não seja tão prazerosa, uma vez que haverá uma percepção mais intensa e menos agradável do sabor salgado.
Fala-se muito da salicórnia. Esta planta é uma boa alternativa ao sal?
Apesar de a salicórnia ter uma menor quantidade de sódio que o sal, e poder ser utilizada na confecção de alimentos como substituto do sal, esta planta é também uma fonte de sódio na alimentação. Por esse motivo, a sua utilização deverá ser moderada e cuidadosa. A salicórnia é uma planta halófita obrigatória, ou seja, é uma planta que se desenvolve em locais com elevado teor de sódio, nomeadamente salinas. O sabor salgado dos caules da salicórnia deve-se à absorção directa de sal do mar/solo onde esta cresce. Sendo uma planta, a salicórnia tem a vantagem, comparativamente ao sal, de possuir compostos bioactivos, ácidos gordos polinsaturados e fibra.
Segundo a EFSA (a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos), para adultos, a quantidade diária de sal não deve ser superior a 5g por dia. Ingestões acima deste valor estão associadas a aumento de risco de doença cardiovascular na população adulta.
Quanto sal ingerem os portugueses?
Um estudo com recurso a uma metodologia robusta (urina de 24h) chegou a um valor de estimativa de ingestão de 10,7g/dia de sal, valor que é mais do dobro dos 5g/dia de sal, que é o máximo recomendado.
Qual é a maior fonte de ingestão de sal pelos portugueses?
Os dados do último Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física, apontam o pão, as tostas, os produtos de charcutaria e a sopa como os alimentos que mais contribuem para o consumo de sal pelos portugueses.
O sal é um problema maior nos alimentos processados?
Os alimentos processados e o sal de adicção à confecção são os maiores responsáveis pela ingestão de sódio na nossa alimentação. Por este motivo, é fundamental ler o rótulo alimentar para perceber que quantidade de sal determinado alimento processado possui.
O sal está disfarçado noutros ingredientes. Que outras designações esconde o sal?
Na declaração nutricional, o conteúdo de sal é uma menção obrigatória, e o valor terá de estar expresso em quantidade de sal. Na lista de ingredientes, podemos encontrar diferentes denominações para os compostos que contribuem para
o consumo de sódio, nomeadamente, sal, glutamato monossódico, guanilato dissódico e inosinato dissódico. Deste modo, e para fazer uma escolha informada sobre o produto alimentar que se vai adquirir, é fundamental consultar o rótulo alimentar, em particular a lista de ingredientes e a declaração nutricional.
Qual a importância das iniciativas nacionais para a educação alimentar?
Ao longo dos últimos anos tem havido diversas iniciativas no sentido de educar para uma correcta ingestão de sal, alertando para o facto de os portugueses terem, tendencialmente, uma ingestão bastante acima das recomendações. Algumas destas iniciativas foram a campanha "Juntos contra o sal", o Selo Pão "Menos sal, mesmo sabor", e o estudo “Menos Sal Portugal”. Mais ainda, o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), que estabeleceu várias metas referentes ao teor de sal para diferentes produtos para 2022, nomeadamente, pão, refeições e sopas prontas a consumir, pizzas, cereais de pequeno-almoço, batatas fritas e outros snacks e guarnições/acompanhamentos (restauração), existindo orientações e propostas de estratégias para este fim. Estas iniciativas são fundamentais uma vez que a elevada ingestão de sal foi a terceira causa para a perda de anos de vida saudável dos portugueses, quando se consideram os factores de risco alimentar e doença associada - de acordo com o Global Burden of Diseases, 2019.
Que conselhos daria aos portugueses para moderarem o consumo de sal?
De modo resumido: seguir um padrão alimentar mediterrânico, ler os rótulos, utilizar ervas aromáticas e especiarias, fazer um bom consumo de produtos de origem vegetal, reduzir o consumo de alimentos processados e conservados, reduzir o sal de adicção na confecção, em particular na sopa. A utilização de uma medida fixa que permita contabilizar e diminuir a adicção de sal na confecção de alimentos (exemplo: utilizar uma colher de café) também é uma estratégia que poderá ser utilizada.
A Dieta Mediterrânica é uma boa aliada nesta guerra contra o excesso de sal?
A Dieta Mediterrânica é uma excelente aliada na promoção de um padrão alimentar saudável, que pressupõe uma baixa ingestão de sal. Para além de privilegiar a utilização de ervas aromáticas e especiarias, que podem ser uma óptima estratégia para ajudar na redução da adição de sal, é um padrão alimentar que promove o consumo de alimentos de origem vegetal, nomeadamente fruta, hortícolas, leguminosas e frutos gordos. Estes alimentos são óptimas fontes de potássio. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma correcta ingestão de potássio proveniente dos alimentos permite uma redução da pressão arterial, e do risco de doença cardiovascular, acidente vascular cerebral e doença coronária em adultos.
Há diferenças entre os vários tipos de sal, ou são todos igualmente um ingrediente a moderar? Mesmo assim há tipos de sal mais interessantes?
No âmbito do projeto Menos Sal Portugal a equipa desenvolveu um artigo sobre este tópico que explica que estão disponíveis no mercado diversos tipos de sal que têm em comum a presença de sódio na sua composição, porém diferem na quantidade deste e de outros minerais, na textura e no sabor. Entre os vários tipos, o sal de cozinha é o mais comum, semelhante ao sal grosso no que confere à composição (sódio e cloro) e à quantidade de sódio (400mg). Ambos são relativamente pobres em nutrientes e diferem apenas no processamento inerente ao fabrico do sal de cozinha, na remoção das impurezas.
O sal marinho é mais caro que o sal de cozinha, pois não é tão processado e, por isso, preserva mais os sais minerais. Dependendo da região, pode apresentar diferentes texturas e cores. Outro tipo de sal comum é a flor de sal, dependente de condições atmosféricas específicas. É mais caro e possui 10% mais sódio que o sal refinado (450mg). O seu sabor é mais intenso e a textura mais crocante.
O sal do Himalaia, conhecido pela sua cor rosa característica, é proveniente, como o próprio nome diz, do Himalaia. Possui um teor mais baixo de sódio (230mg) e é rico em minerais como cálcio, magnésio, potássio, cobre e ferro.
O sal pode servir de veículo para atingir as necessidades de um micronutriente que está em défice na população portuguesa, o iodo. A Organização Mundial da Saúde recomenda o reforço do sal com iodo enquanto medida de baixo custo e elevada eficácia para combater as deficiências deste micronutriente. Assim, devemos reduzir as quantidades de sal ingerido e optar pelo sal iodado.
Que alternativas existem ao sal?
As alternativas passam por moldar o paladar de modo a tornar uma refeição com menor conteúdo de sal atractiva. O nosso paladar é moldável. É importante realçar que a preferência pelo sabor salgado não é inata e que o recém-nascido é indiferente ou insensível a este sabor. Por isso, moldar o paladar no sentido de apreciar uma alimentação mais saudável e natural é uma óptima estratégia de promoção de saúde a vários níveis. Isto passa por uma redução progressiva do teor de sal da alimentação, assim como por uma redução da ingestão de produtos processados com alto teor de sal. Para ajudar nesta modulação, a utilização de ervas aromáticas e especiarias é um forte aliado. Fazer marinadas e vinha-d’alhos também é uma boa opção. Habituar o paladar ao sabor natural dos alimentos ajuda a longo prazo a aceitar este sabor original, fazendo com que a ingestão de alimentos com elevado teor de sal não seja tão prazerosa, uma vez que haverá uma percepção mais intensa e menos agradável do sabor salgado.
Fala-se muito da salicórnia. Esta planta é uma boa alternativa ao sal?
Apesar de a salicórnia ter uma menor quantidade de sódio que o sal, e poder ser utilizada na confecção de alimentos como substituto do sal, esta planta é também uma fonte de sódio na alimentação. Por esse motivo, a sua utilização deverá ser moderada e cuidadosa. A salicórnia é uma planta halófita obrigatória, ou seja, é uma planta que se desenvolve em locais com elevado teor de sódio, nomeadamente salinas. O sabor salgado dos caules da salicórnia deve-se à absorção directa de sal do mar/solo onde esta cresce. Sendo uma planta, a salicórnia tem a vantagem, comparativamente ao sal, de possuir compostos bioactivos, ácidos gordos polinsaturados e fibra.